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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A dor da alma...


Muitos livros de auto-ajuda, palestrantes, psiquiatras e terapeutas abordam este assunto, a “dor da alma”, mais conhecida como depressão. Não podemos confundir um ser deprimido, com um ser depressivo. Estar deprimido é estar naqueles dias onde tudo parece dar errado, o sol parece que nem nasceu, ficamos chateados por alguma situação que deu errado ou coisa parecida. Pode ser a perda de um emprego, o fim de um relacionamento, um projeto que acaba de mostrar sinais de naufrágio e por ai vai.

Dias depois da apatia a pessoa consegue uma injeção de ânimo, não importa de onde venha, mas este novo refrigério tem a mola propulsora de nos elevar o pensamento e somos movidos a retomar mais uma vez as rédeas da situação, reformulando nosso mundo intimo e trazendo conosco novas perspectivas de superação.

Já a depressão é um estágio longo e doloroso, só quem tem ou teve pode falar sobre o assunto. O que mais assombra é que nenhuma família sabe lidar com um ente depressivo. Isto é fato, e um fato triste. Geralmente pessoas depressivas são aquelas que antes eram arrimo emocional do seio familiar, resolvia problemas de todos, menos os seus. Ou ainda, eram pessoas inteligentes, cheias de grandes idéias e sonhos.

Para muitos o estado depressivo alheio parece se instalar da noite para o dia, mas enganam-se os que pensam desta forma. Doença silenciosa, rouba o brilho dos olhos dos acometidos por ela e quem já a superou uma vez teme ser vítima dela novamente.

O ex-depressivo sabe que sempre terá que driblar situações emocionais, vigiar seus pensamentos e procurar ajuda em si mesmo e em DEUS quando “ela” rondar o seu intimo. A alienação interior, o desespero, as síndromes que acompanham impiedosamente um depressivo é assustador.

A dor da solidão e a necessidade de se isolar é aterrorizador. A mente do depressivo é uma bomba relógio pronta pra explodir a qualquer momento, muitas vezes acabam em suicídio quando o doente não vê saída e perde o contato com o mundo real, sendo engolido pelo desespero.

O suicida não quer morrer, causar dor nas pessoas que ama, ele apenas quer “parar” de sentir a dor, sentimento que lhe apodrece, dia após dia, a alma. Quem pode realmente saber o que é estar depressivo? Apenas um depressivo. Muitos nem conseguem descrever o que estão sentindo, tamanha a confusão mental que vivenciam diariamente. Nenhum estudioso, médico ou psicólogo pode criticar, argumentar ou condenar um doente da alma.

Sentimento que corrói a vida da pessoa acometida por este câncer espiritual é sorrateiro, trabalha nos porões da afetividade e causa danos terríveis nas entranhas do ser. Se alguém tem um depressivo na família, esteja mais próximo desta pessoa. Se ela quiser ficar em silêncio, silencie com ela, mas esteja lá, de corpo e alma. Acredite um abraço afetuoso, sua presença, palavras que demonstram solidariedade e boa vontade são fundamentais para que ela sinta coragem para aceitar ajuda, seguir um tratamento médico e psicológico terapêutico.

Já em tratamento médico, a família deve estar ciente que os medicamentos são importantíssimos, porém o amor é fundamental. Os remédios anestesiam, dão um “stop” nas crises, mas “ela” continua lá.

O depressivo tem uma baixa estima terrivelmente destruidora, a pessoa pensa que já não se enquadra no mundo que vive o distanciamento de tudo e de todos corre a passos rápidos.

Demonstração de amor, segurança e valorização são imprescindíveis, estas ações somadas se transformam em bálsamo no coração dos depressivos e devem ser usadas por todos da família envolvida.

Não importa o fato que desencadeou o processo depressivo, importante mesmo é acolher, ouvir, valorizar o vitimado sempre que puder. Trazê-lo de volta é a missão de todos que o amam de verdade! Não o exclua, nem condene, a ordem nestas horas é a prática do amor incondicional.

Muitas pessoas pensam erroneamente, que se demonstrarem apoio estarão contribuindo para que o quadro se estenda por mais tempo e erram exigindo do depressivo atitudes de melhora que ele não poderá realizar ou demonstrar. Primeiramente respeite as limitações da pessoa, de tempo ao tempo, e principalmente de espaço para que a cura aconteça. Definitivamente cobranças não vão ajudar em nada neste momento.

Acredite, a dor maior é de quem está doente, o sentimento de impotência diante da própria vida, de estar incomodando os demais por não conseguir vencer o desânimo, são apenas a ponta do iceberg. A doença e as crises que se somatizam com o passar dos meses é a pior parte da história.

A primeira coisa que uma pessoa deve fazer quando começa a vislumbrar uma oportunidade de retomada da própria vida é resgatar ou até mesmo descobrir o que lhe faz feliz, atitudes simples no dia-a-dia são de grande valia nesta retomada de fôlego.

Ter tempo pra si mesmo! Sim, priorizar a prática de um hobby ou esporte é muito importante para resgatar a auto-estima. Pode ser aulas de artesanato, freqüentar grupos de oração, caminhadas ao ar livre, exercícios em grupo como uma hidroginástica ou natação, dança de salão, meditação e até Yoga, tudo vale na hora de se reconectar com o mundo a sua volta. Estes gestos no início podem parecer difíceis, mas fazer novos amigos será de grande valia para a melhora do quadro de isolamento.

Muitas pessoas afirmam que não sentem vontade de sair de casa, este sentimento é comum entre os depressivos, o importante nesta hora é o incentivo dos familiares, que podem se prontificar a levá-los aos locais das atividades. Certamente isso lhes trará maior segurança e é disto que a pessoa doente precisa neste recomeço.

Além dos que remédios receitados pelo médico, o “doente da alma” precisa se sentir amado. Sentir-se vivo novamente certamente o ajudará a sair da crise mais rapidamente e o risco de recaídas será reduzido. Psicoterapia muitas vezes se faz necessário, ao falar com seu terapeuta o depressivo aprende a ordenar suas idéias, trabalhar seus medos e se fortalecer com pensamentos estruturados.

E por último e mais importante, procure aproximação com DEUS. No começo pode parecer penoso, mas com esta ajuda toda família sairá fortalecida, a fé renova as forças e trás novo sopro de vida a todos os envolvidos.

Para refletir-mos:

“Dizem que o que procuramos é um sentido para a vida. Penso que o que procuramos são experiências que nos façam sentir que estamos vivos. “

( Joseph Campbell )

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