Bem vindo ao meu mundo de idéias!

Aqui vc vai dividir comigo risos e lágrimas, composições do dia a dia. Peças soltas que teimam em se encaixar logo adiante. Não se aflija...a viagem é segura e divertida! Relaxe e sinta-se no meu mundo, hoje vc é meu convidado!

segunda-feira, 4 de junho de 2012








Quando a chuva molhou meu rosto...


Aquele dia não seria um dia qualquer. Logo de manhã levantei atrasada, pés descalços e o corpo todo dolorido da noite mal dormida. Olhei pra fora da janela e notei o tempo nublado. Procurei meus chinelos e fui colocando-os enquanto andava meio que cambaleando até o banheiro. No espelho me vi sem me olhar direito, passei as mãos pelos meus cabelos e os prendi no alto da cabeça num coque feito de forma displicente. Olhei novamente pro espelho, abri a torneira e deixei a água gelada resfriar a face. Fragmentos de pensamentos me deixavam meio inquieta, na verdade o que me deixava agitada era minha vida, nem tão curta, nem tão longa, mas certamente daria um livro daqueles que viram best-sellers nas grandes redes de livrarias. Um pouco de dor, de desilusão e amor, muito amor. Espreguicei demoradamente e terminei minha higiene matinal, já pensando na roupa que deveria colocar pra ir trabalhar. No desjejum um copo de suco de clorofila, maça e cenoura, tudo isso pra dar um tom de vida a vida! Ainda envolta em meu roupão felpudo caminho até a sala e observo os primeiros pingos de chuva no vidro embaçado, com o copo de suco na mão esquerda, passo a outra mão no vidro gelado na esperança de ver com maior nitidez os relâmpagos que ensaiam abrir clarões no céu nublado.  Momento bom pra parar a vida! Pra repensar gestos e analisar palavras não ditas... No silêncio do meu silêncio a inquietude me incomoda e me dirijo até a estante pra ver o que acho de bom, um cd da Ana Carolina me pareceu melancólico talvez, opto então por Maria Gadú cantando com Ana Carolina... ai sim, fechou. A chuva vira poema, sinto meu coração bater mais forte, a música me dá vontade de tomar algo mais quente, um café certamente seria mais apropriado. A alça da minha camisola desliza no meu ombro e lembro-me da minha pele arrepiando por um sentimento guardado a sete chaves. Que segredo é este que guardo de mim mesma? Outra música começa a tocar e agora tomada por um sopro de liberdade resolvo abrir a janela, a chuva já cadenciada molha minhas mãos e respinga meu cabelo preso. Fecho meu roupão com as mãos, mas deixo que a chuva continue respingando no meu rosto, calor...frio...calafrios... fico parada por alguns minutos e experimento a vida em toda sua intensidade, estranho, as vezes um instante é capaz de nos dar a visão do todo... O vento impiedoso faz minha pele toda ficar gélida, outra música toca... É isso ai... com Seu Jorge, fecho os olhos e suspiro sentindo emoções ainda mais fortes. Curto a música e deixo a meus sentimentos me embalarem e riu à toa, a música termina e fecho lentamente a janela como se a pressa fosse interromper minhas lembranças inquietantes. Corro até meu quarto e pego uma toalha seca, me desfaço da roupa molhada e entro em baixo da ducha quente. A água quente dá um contraste agradável e acolhedor à pele, renovada e me sentindo leve deixo o Box enrolando-me na toalha novamente, paro em frente ao espelho e desta vez me vejo inteira no espelho, de corpo e alma presentes.

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