Tem dias...

        Tem dias que a fé nos parece algo distante. Quando tudo parece estar desabando e você se pergunta o porquê de tudo parecer estar dando errado na sua vida. Pode ser rico, pobre, branco ou negro, inteligente ou débil, este dia chega. Até os mais estudiosos da fé tem seu dia de pouca fé ou fé nenhuma. A mente nem quer discutir crença, nos sentimos cansados, exauridos, a caminhada parece não ter fim. Em meio à tempestade nada nos acalenta, apenas sentimos solidão, desanimo e frustração.  A palavra certa não vem à mente, a vontade de conversar com Deus desaparece e ouvir palavras de ânimo e superação parece só nos deixar mais irritados. Quem nunca sentiu isso? Atire então a primeira pedra! Eitá sentimento que nos empobrece, deteriora, diminui. Pra quem têm fé pra valer, este sentimento pode durar apenas um dia, depois disso uma força que vem de não sei onde levanta tudo. Aparece do nada e leva todos os pensamentos negativos que tivemos no dia anterior, mas pra quem não crê em nada... ixi, ai o bicho pega feio. Então o mundo desaba de vez, o ser humano necessita da crença, do amuleto, da luz, da imagem, da prece, da esperança, do abraço, do beijo e do calor do outro. Somos seres assim feitos, somos muito parecidos com as mudanças lunares, com as explosões do sol, somos parte do meio e meio de todos. O bom é que a somatória deste processo é sempre positiva, quando a onda do pessimismo chegar, te aquieta, não force a barra com você mesmo, deixe a névoa assentar e acredite, ela vai assentar. A verdade é que tudo na vida se assenta, os dias ruins vão chegar e da mesma forma que chegaram, vão partir. Temos que aprender com os animais, eles não lamentam, sorte deles que não raciocinam tanto quanto nós seres humanos, nós pensamos demais e vivemos de menos, sempre queremos soluções imediatas e esta mania depressiva nos faz ainda mais frágeis. Droga de vida? Talvez não. Droga de ansiedade, de inconformismo e de cobranças infundadas. Tem horas que cansa ter que saber tanta coisa, tentar dominar nosso destino, querer escrever nossa própria história. Que tal deixar pro “Autor” da vida esta incumbência? Sei lá. Ai entra religião e crença e hoje não estou a fim de pensar nisto. Estou naqueles dias onde não se pode avistar o horizonte, na verdade mal estou vendo a ponta dos meus dedos dos pés. Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno, assim é melhor... Na certeza de que amanhã terei um dia de sol, vou me recolher como as andorinhas, quietinha, sozinha...melhor assim.