Tempo difíceis...

Com tanta modernidade a disposição do mundo todo, nos dias atuais não é raro pessoas morrerem com um diagnóstico no mínimo assustador. São vírus e bactérias que parecem estar por toda parte, e pior, nem sempre os médicos estão preparados para realizar um diagnóstico preciso.

Em alguns casos um parecer médico equivocado pode custar uma vida. O caos na saúde pública e privada deixa a população ainda mais insegura, antes quem tinha um plano de saúde sentia-se de alguma forma mais tranqüila, hoje o número de hospitais superlotados dá a todos uma sensação de impotência diante da realidade.

Os médicos disputam as salas de cirurgia a unhas e dentes, são inúmeros os profissionais que dependem delas para atender uma demanda que cresce em ritmo alarmante todos os dias. Sem contar que hospitais são naturalmente focos de transmissões de doenças por atenderem diariamente doentes acometidos de todos os tipos de vírus e bactérias.

Ainda há os pacientes que são internados com baixa imunidade e acabam por contrair algum tipo de infecção, o que complica ainda mais o seu quadro de saúde.

Uma pessoa muitas vezes da entrada no hospital apenas pra fazer uma intervenção cirúrgica simples e acaba saindo do mesmo com um atestado de óbito. Toda a população assiste a estas histórias que já se tornaram rotineiras em quase todas as cidades brasileiras.

O que preocupa mais ainda é a precariedade do sistema de saúde pública, corredores lotados de gente que padece a dor do descaso e da falta de recursos mínimos para amenizar o agonizar do povo que aguarda a resposta dos seus governantes, respostas emergenciais.

São médicos que ganham pouco pra trabalhar para o coletivo que paga os impostos, imposto pelo governo. Muitos pagam sem direito a reclamação, sendo descontado o valor da contribuição à saúde já no seu contracheque.

Muitos médicos já não vêem seu trabalho recompensado e não é raro ver o número crescente deles optarem por especializações na área de estética. Nada contra esta opção profissional, mas o número da perda de bons profissionais de áreas especificas de saúde em prol do mercado da beleza assusta.

Vejamos a profissão na área de pediatria, raro são os profissionais que se dedicam a ela, é cada dia mais difícil preencher as vagas de profissionais que queiram ganhar menos e trabalhar mais. Áreas que exigem trabalho em horário integral são desgastantes e nem sempre a remuneração está à altura destes dedicados profissionais.

Crianças não escolhem horário pra nascer (obstetra), crianças pequenas precisam de médicos 24 horas, pois nunca se sabe quando vão necessitar de um (pediatra), sem falar em outras especialidades que exigem do profissional uma sobrecarga de trabalho diário.

Imagine então na área pública? Difícil imaginar! Sem recurso necessário para atender bem a população, salário baixo e plantões puxados desencadeiam uma série de dificuldades no exercício da profissão.

Existem médicos que estão no seu limite, trabalham por amor a profissão, acordam de madrugada para realizar cirurgias diárias e se dividem entre plantões, o consultório e visitas regulares a leitos hospitalares.

O Brasil precisa mudar, exibir estádios grandiosos para a realização da copa do mundo de futebol pode ser importante para alguns, mas para quem tem um ente querido perambulando de hospital em hospital atrás de atendimento médico garanto que pensa diferente.

Precisa-se de médicos tendo um salário condizente com a importância da sua função, mais leitos nos hospitais públicos, melhor estrutura hospitalar, viabilização do uso de equipamentos que não estão em funcionamento por burocracia governamental, viaturas do SAMU com manutenção em dia para atender a população e outras tantas iniciativas para que a nosso sistema de saúde ande nos trilhos de forma linear.

Não somos um povo que não gosta de ver a bola rolar nos gramados da pátria, apenas queremos que os governantes deste país escutem primeiramente as súplicas do nosso povo, saúde já!